Santuário nacional de São José de Anchieta é reaberto ao público

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O Santuário Nacional de São José de Anchieta, um dos mais importantes símbolos da presença dos jesuítas no Brasil, após passar por grandiosa obra de restauro e readequação, será entregue nesta quinta, dia 18 de novembro. Localizado na cidade de Anchieta, no Estado do Espírito Santo, o monumento religioso, um dos mais importantes do País, ficou em obra por cerca de três anos. O projeto envolveu serviços de conservação e restauração, além da criação de novos espaços para recepção e visitação do público.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1943, o monumento, formado pela Igreja Nossa Senhora da Assunção e pela antiga residência jesuíta, recebeu obras civis de conservação, climatização, sonorização, restauro do patrimônio arquitetônico, iluminação monumental, sistema de proteção de descarga atmosférica (SPDA), segurança e projeto de combate a incêndio. Também foram realizados levantamentos históricos, pesquisa arqueológica, restauro da imaginária e dos objetos litúrgicos, digitalização do acervo e projeto de readequação litúrgica. Tudo para compor os antigos e os novos espaços de uso do Santuário que agora compreendem a Igreja, o Centro de Interpretação, o Centro de Documentação, o Café, a Loja e o Paisagismo Cultural.

Destaque especial para a acessibilidade com banheiros adaptados conforme normas técnicas, sinalização em braile, intérprete em libras nos vídeos, passarelas acessíveis no paisagismo e plataformas elevatórias para que todos os visitantes tenham acesso à Cela de São José de Anchieta e ao Centro de Documentação. E, importante, todo o roteiro textual do Centro de Interpretação terá traduções para o inglês e o espanhol.

 

Após o restauro, o Instituto Modus Vivendi, por meio da administração do Santuário, promoverá ações educativas financiadas pelo projeto em Anchieta, no período de um ano.

 

O restauro do Santuário de São José de Anchieta foi integralmente aprovado pelo Iphan e efetivado pela Lei de Incentivo à Cultura Federal, com patrocínios do Instituto Cultural Vale e do BNDES. O valor total do projeto foi de R$ 10,5 milhões.

 

As obras foram realizadas por profissionais especializados, com muito estudo, respeito às normas, responsabilidade e cuidado. Preservar as características originais do monumento, segundo os padrões rígidos internacionais do restauro, foi prioridade do Instituto Modus Vivendi, organização responsável pelo restauro.

 

“A riqueza arquitetônica, o conteúdo histórico e a rica história do Santo irão encantar e surpreender os visitantes. Temos certeza de que todo esse investimento promoverá um resultado muito positivo para Anchieta e para o Espírito Santo, atraindo um número ainda mais expressivo de fiéis e turistas ao local. Este projeto mudará a história da região, pois vai gerar efeito multiplicador no turismo e no desenvolvimento local a partir do uso da sua identidade cultural, da fé e da história de São José de Anchieta”, afirmou a responsável pelo trabalho de restauro, a presidente do Instituto Modus Vivendi, Erika Kunkel.

Embora suspenso na pandemia, a expectativa é de que o turismo religioso no Santuário seja retomado nos próximos meses, com a abertura para visitação. Com o avanço da vacinação, espera-se que o turismo religioso ganhe novo fôlego. Tudo está pronto para receber os milhares de fiéis e peregrinos que visitam atrações voltadas para a fé e, cada vez mais, optam por monumentos que ofereçam um acolhimento seguro e confortável, e que incluam hospedagem e meios de transporte. Esse segmento, inclusive, já desponta como uma força importante para o desenvolvimento econômico, promovendo contribuições relevantes para as regiões onde se concentram, sobretudo em tempos de crise, como empregos e renda.

 

Segundo o reitor do Santuário Nacional de São José de Anchieta, Padre Nilson Maróstica, antes da restauração, o Santuário estava abandonado, em duplo sentido. “Estava esquecido, o povo não sabia da existência do prédio nem da sua importância. Não conhecia a riqueza histórica do monumento nem seu valor. Num segundo sentido, Anchieta não era conhecido. Com a canonização, ele foi restaurado. Com isso, temos visto que cresceu e multiplicou o número de pessoas interessadas em São José de Anchieta, levando em conta toda a sua devoção e interesse pelos aspectos artístico e cultural do monumento. O Santuário, então revitalizado, revigora a fé do povo no santo, aumenta a devoção. Também desperta o interesse turístico, artístico, cultural. Revitalizar o Santuário é restaurar para preservar e divulgar”, afirmou.

 

Para a superintendente do Iphan-ES, Elisa Machado Taveira, as obras de restauração e readequação do Santuário proporcionaram plena proteção e promoção a esse importante patrimônio jesuíta. “As intervenções permitirão democratizar o acesso às salas, promovendo a acessibilidade no local, e fomentarão o conhecimento do legado jesuíta na formação do nosso país com a criação dos Centros de Interpretação e de Documentação. Também possibilitarão restaurar e aflorar as belezas do conjunto arquitetônico que abriga a Igreja de Nossa Senhora da Assunção e a antiga residência dos jesuítas, tombado pelo Iphan desde 1943”, afirmou. Segundo ela, a conclusão desse projeto, realizado por uma equipe multidisciplinar, é uma ação exemplar para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro.

O diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, destacou que “o complexo arquitetônico do Santuário de Anchieta é um dos mais antigos e importantes do País. Os investimentos realizados pelo BNDES e outros parceiros contribuirão para a qualificação do turismo no Espírito Santo, ampliando também o conhecimento sobre o relevante papel do Padre Anchieta na história do Brasil colônia”.

“É com enorme satisfação que apoiamos a restauração do Santuário Nacional de São José de Anchieta, trazendo o monumento de volta ao público. Ele é um dos mais antigos do país e parte da nossa história. O Instituto Cultural Vale tem a salvaguarda do nosso patrimônio material e imaterial dentre suas principais áreas de atuação por acreditar que eles constituem nossas múltiplas identidades e nossas formas de viver e conviver no mundo”, afirma Luiz Eduardo Osório, Vice-Presidente Executivo de Relações Institucionais e Comunicação da Vale e Presidente do Conselho do Instituto Cultural Vale.

 

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